Os Espíritos exercem tamanha influência sobre os nossos pensamentos e
atos que amiúde somos por eles dirigidos. Isto se dá, porque os Espíritos
povoam os mesmos espaços em que vivemos, acompanham-nos em nossas atividades e
ocupações, vão conosco aos lugares que frequentamos, seguindo-nos, ou
evitando-nos, conforme os atraímos ou os repelimos. Estamos cercados por Espíritos,
e a sua influência oculta sobre os nossos pensamentos e atos se faz sentir pelo
grau de afinidade que
mantivermos com eles.
Em O Livro dos Espíritos, Kardec coloca
o seguinte:
459. “Influem os espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?”
Resposta: “Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que,
de ordinário, são eles que vos dirigem”.
Esclarece ainda o Codificador no Livro dos Médiuns:
“Essa influência é permanente e os que não se preocupam com os
Espíritos, ou nem mesmo creem na sua existência, estão expostos a ela como os
outros, e até mais do que os outros, por não disporem de meios de defesa” (Item 244).
“Seria errado pensar que é necessário ser médium para atrair os seres do
mundo invisível. Eles povoam o espaço, estão constantemente ao nosso redor, nos
acompanham, nos veem e observam, intrometem-se nas nossas reuniões,
procuram-nos ou evitam-nos, conforme os atrairmos ou repelirmos” (Item 232).
Assim, todos nós, de uma maneira ou de
outra, estamos sujeitos à influência dos Espíritos desencarnados. Comumente, temos
ao nosso lado uma multidão de espíritos que nos observam e que podem ver tudo
aquilo que fazemos, muitas vezes chegam a conhecer o que desejamos ocultar de
nós mesmos.
Essa influência
espiritual pode ser classificada de acordo com os seus efeitos em:
INFLUÊNCIA ESPIRITUAL
(pelos efeitos)
|
POSITIVA
|
Espíritos Superiores
|
espíritos bons, propensos ao bem, aqueles
que querem nos ajudar em nosso progresso espiritual. Exemplo: nosso Anjo da
Guarda.
|
NEGATIVA
|
Espíritos Inferiores
|
os malfazejos e ignorantes do bem, agem assim,
por ainda não estarem plenamente conscientes de sua situação no mundo
espiritual.
|
O intercâmbio do
pensamento é movimento livre no Universo. Desencarnados e encarnados, em todos
os setores de atividade terrestre, vivem na mais ampla permuta de ideias. Cada
mente é um verdadeiro mundo de emissão e recepção e cada qual atrai os que lhe
assemelham. Os tristes agradam aos tristes, os ignorantes se reúnem, os
criminosos comungam na mesma esfera, os bons estabelecem laços recíprocos de
trabalho e realização.
Os Espíritos infelizes, de mente ultrajada, vivem mais com os
companheiros encarnados do que se supõe. Misturam-se nas atividades comuns,
perambulam no ninho doméstico, participam das conversações, seguem os
comensais, de quem dependem em processo legítimo de vampirização (significa que
agem como vampiros).
Esses Espíritos sugam-lhes as energias vitais, com o
objetivo de gozarem as sensações próprias dos encarnados. Geralmente essa ação
é nefasta e leva o paciente à fraqueza, inclusive orgânica, acarretando doença
mental e física de natureza diversa. Como exemplo podemos citar os casos de
alcoolismo.
Já a ação dos Espíritos Superiores é outra. Os bons Espíritos só para o
bem aconselham, suscitam bons pensamentos, desviam os homens da senda do mal, protegem
na vida os que lhes mostram ser dignos de proteção e neutralizam a influência
dos Espíritos imperfeitos sobre aqueles que não são gratos sofrê-la.
Tomando consciência de que o pensamento exterioriza-se e projeta-se, formando
imagens e sugestões que arremessa sobre os objetivos que se propõe atingir,
nada mais natural que se consiga harmonia e felicidade, quando a emissão mental
for equilibrada e edificante; ou aflição e quedas morais, se o pensamento for desequilibrado
e doentio.
A
química mental vive na base de todas as transformações, porque realmente evoluímos
em profunda comunhão telepática com todos aqueles encarnados ou desencarnados
que se afinam conosco. Pelo que foi dito, ficou patenteada a ação que os
Espíritos exercem uns sobre os outros, sobretudo entre desencarnados e encarnados,
estabelecendo-se, assim, uma reciprocidade constante de intercâmbio. Daí, ser
difícil, senão impossível, determinadas ocasiões, distinguir um pensamento próprio
de um que nos é sugerido.
2. COMO SE
PROTEGER DA INFLUÊNCIA
Allan Kardec pergunta aos espíritos
superiores, como devemos proceder para nos livrar dessa influência dos
espíritos inferiores:
469.
Por
que meio podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos?
“Praticando o bem e pondo em Deus toda
a vossa confiança, repelireis a influência dos Espíritos inferiores e
aniquilareis o império que desejam ter sobre vós. Guardai-vos de atender às sugestões
dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre.
vós outros e que vos insuflam as paixões más. Desconfiai especialmente dos que
vos exaltam o orgulho, pois que esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a
razão por que Jesus, na oração dominical, vos ensinou a dizer: “Senhor! Não nos
deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.”
Podemos neutralizar a influência dos Espíritos inferiores praticando o
bem e pondo em Deus toda a confiança; procurando repelir as sugestões
inferiores, e não atendendo aos maus pensamentos que geram a discórdia, as
lutas antifraternais, o ciúme, a inveja e a exaltação do orgulho.
À medida que se perseverar no propósito firme de melhoria, através do desligamento
do mal, a influência provocada pelas entidades inferiores dará lugar aos conselhos
e sugestões edificantes dos benfeitores espirituais.
Considerando a influência dos desencarnados, nos pensamentos, palavras e
ações dos que se locomovem na carne, policia desejos e elaborações mentais para
que as malhas delicadas e vigorosas da influenciação obsessiva não te retenham
o passo na jornada clarificadora em que te encontras na conquista da luz que dimana
de Jesus, o Sol Excelso da nossa vida.
Quando desejamos o mal, atraímos
influências más e somos portanto, ajudados pelos maus a praticar o mal.
Para neutralizar a
influência dos maus Espíritos, devemos ORAR, praticar o bem, resistir ao mal, vigiar
nossos pensamentos e ações, colocando em DEUS e no MESTRE JESUS, nossa total
confiança.
FONTES DE CONSULTA
1.
Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Perg. 459 a 472
2.
Rodolfo Calligaris. Páginas do Espiritismo Cristão. Somos o que pensamos FEB 1993,pág.
170.
3.
Divaldo de Pereira Franco. Glossário Espírita Cristão. LEAL, 1976. pág.106.
4.
Francisco Candido Xavier. Nos Domínios da Mediunidade. FEB, 1993, pág. 186.
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