Reencarnamos para
aprender a amar. Precisamos aprender a disciplina, adquirir conhecimentos e
fortalecer experiências. Mas tudo, no final das contas, se resume no Amor. O
Universo foi feito do Amor de Deus. Deus é Amor. Difícil de entender? Para nos
facilitar o entendimento é que reencarnamos, para praticar na matéria o Amor de
que somos capazes.
Nosso estágio
evolutivo não permite grandes voos filosóficos. A ideia que fazemos de Deus é o
máximo que podemos alcançar. E para lembrarmos que Deus é Amor nascemos da
mulher. Se Deus é a ideia mais alta que podemos alcançar, a Mãe é a primeira
prova de Amor com que nos deparamos a cada mergulho na matéria. Quando
inauguramos nosso diminuto invólucro de carne na reencarnação que se inicia,
contamos com a Mãe para nos nutrir, agasalhar, zelar, velar, desvelar. Contamos
com o seu amor, mais do que com o simples instinto ou senso de
responsabilidade.
A Mãe é quem nos
recepciona e orienta neste plano de que não temos lembrança quando aqui
chegamos. É quem nos passa as primeiras informações de como a coisas funcionam
por aqui. E se for uma Mãe como se espera que seja, vai nos lembrar valores que
estão adormecidos dentro de nós, e que precisam ser reativados para que possamos
utilizá-los. E vai perceber e corrigir desvios de caráter de que ainda não nos
livramos, e que trazemos junto com o resto de nossa bagagem milenar.
Estranho ser, este,
chamado MÃE. Se apega tanto aos
seres que reencarnaram por seu intermédio que nem sempre sabe quando é o
momento de deixar que eles caminhem com seus próprios pés, e que caiam de vez
em quando para que aprendam a se levantar. Leva tão a sério o seu papel de
recepcionista e instrutora do ser que brotou dentro dela, que custa a perceber
e aceitar que este ser já existia há muito tempo, que não pertence a ela, que é
um ser único, individual, um ser de ninguém. Filho de Deus, como todo mundo.
A
mais antiga comemoração dos dias das mães é mitológica. Na Grécia antiga, a
entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a Mãe dos Deuses.
O próximo registro
está no início do século XVII, quando a Inglaterra começou a dedicar o quarto
domingo da Quaresma às mães das operárias inglesas. Nesse dia, as trabalhadoras
tinham folga para ficar em casa com as mães. Era chamado de “Mothering Day”,
fato que deu origem ao “mothering cake”, um bolo para as mães que tornaria o
dia ainda mais festivo.
Nos Estados Unidos,
as primeiras sugestões em prol da criação de uma data para a celebração das
mães foi dada em 1872 pela escritora Júlia Ward Howe, autora de “O Hino de Batalha
da República”.
Mas foi outra
americana, Ana Jarvis, no Estado da Virgínia Ocidental, que iniciou a campanha
para instituir o Dia das Mães. Em 1905 Ana, filha de pastores, perdeu sua mãe e
entrou em grande depressão. Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas
tiveram a idéia de perpetuar a memória de sua mãe com uma festa. Ana quis que a
festa fosse estendida a todas as mães, vivas ou mortas, com um dia em que todas
as crianças se lembrassem e homenageassem suas mães. A idéia era fortalecer os laços
familiares e o respeito pelos pais.
Durante três anos
seguidos, Anna lutou para que fosse criado o Dia das Mães. A primeira
celebração oficial aconteceu somente em 26 de abril de 1910, quando o
governador de Virgínia Ocidental, William E. Glasscock, incorporou o Dia das
Mães ao calendário de datas comemorativas daquele estado. Rapidamente, outros
estados norte-americanos aderiram à comemoração.
Finalmente, em
1914, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson (1913-1921),
unificou a celebração em todos os estados, estabelecendo que o Dia Nacional das
Mães deveria ser comemorado sempre no segundo domingo de maio. A sugestão foi
da própria Anna Jarvis. Em breve tempo, mais de 40 países adotaram a data.
O sonho foi
realizado, mas, ironicamente, o Dia das Mães se tornou uma data triste para
Anna Jarvis. A popularidade do feriado fez com que a data se tornasse uma dia
lucrativo para os comerciantes, principalmente para os que vendiam cravos
brancos, flor que simboliza a maternidade. “Não criei o dia as mães para ter
lucro”, disse furiosa a um repórter, em 1923. Nesta mesmo ano, ela entrou com
um processo para cancelar o Dia das Mães, sem sucesso.
Anna passou
praticamente toda a vida lutando para que as pessoas reconhecessem a
importância das mães. Na maioria das ocasiões, utilizava o próprio dinheiro
para levar a causa a diante. Dizia que as pessoas não agradecem freqüentemente
o amor que recebem de suas mães. “O amor de uma mãe é diariamente novo”,
afirmou certa vez. Anna morreu em 1948, aos 84 anos. Recebeu cartões
comemorativos vindos do mundo todos, por anos seguidos, mas nunca chegou a ser
mãe.
Durante a primeira
missa das mães, Anna enviou 500 cravos brancos, escolhidos por ela, para a
igreja de Grafton. Em um telegrama para a congregação, ela declarou que todos
deveriam receber a flor. As mães, em memória do dia, deveriam ganhar dois
cravos. Para Anna, a brancura do cravo simbolizava pureza, fidelidade, amor,
caridade e beleza. Durante os anos, Anna enviou mais de 10 mil cravos para a
igreja, com o mesmo propósito. Os cravos passaram, posteriormente, a ser
comercializados.
No Brasil, o primeiro
Dia das Mães brasileiro foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto
Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas
oficializou a data no segundo domingo de maio. Em 1947, Dom Jaime de Barros
Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse
parte também no calendário oficial da Igreja Católica.
A todas as mães, a
todos os pais, tios, tias, padrinhos, madrinhas que desenvolvem o amor e o
papel de Mãe, nesta sociedade em que os papéis já não são estáticos como antes,
feliz Dia das Mães!
RETRATO DE MÃE
(Francisco Cândido Xavier / Maria Dolores)
Depois de
muito tempo,
sobre os quadros sombrios do calvário.
Judas, cego no além, errava solitário...
Era triste a paisagem, o céu era nevoento...
Cansado de remorso e sofrimento,
Sentara-se a chorar...
Nisso, nobre mulher de planos superiores,
Nimbada de celestes esplendores,
Que ele não conseguia divisar,
Chega e afaga a cabeça do infeliz.
Em seguida, num tom de carinho profundo,
Quase que em oração ela diz:
- Meu filho, porque choras?
sobre os quadros sombrios do calvário.
Judas, cego no além, errava solitário...
Era triste a paisagem, o céu era nevoento...
Cansado de remorso e sofrimento,
Sentara-se a chorar...
Nisso, nobre mulher de planos superiores,
Nimbada de celestes esplendores,
Que ele não conseguia divisar,
Chega e afaga a cabeça do infeliz.
Em seguida, num tom de carinho profundo,
Quase que em oração ela diz:
- Meu filho, porque choras?
Acaso não
sabeis? – replica o interpelado,
Claramente agressivo.
Sou um morto e estou vivo.
Matei-me e novamente estou de pé,
Sem consolo, sem lar, sem amor e sem fé...
Não ouvistes falar em Judas, o traidor?
Sou eu que aniquilei a vida do Senhor...
A princípio, julguei poder fazê-lo rei,
Mas apenas lhe impus, sacrifício, martírio, sangue e cruz.
E em flagelo e aflição
Eis que a minha vida agora se reduz...
Afastai-vos de mim,
Deixai-me padecer neste inferno sem fim...
Nada me pergunteis, retirai-vos senhora,
Nada sabeis da mágoa que me agita...
O assunto que lastimo é unicamente meu...
Claramente agressivo.
Sou um morto e estou vivo.
Matei-me e novamente estou de pé,
Sem consolo, sem lar, sem amor e sem fé...
Não ouvistes falar em Judas, o traidor?
Sou eu que aniquilei a vida do Senhor...
A princípio, julguei poder fazê-lo rei,
Mas apenas lhe impus, sacrifício, martírio, sangue e cruz.
E em flagelo e aflição
Eis que a minha vida agora se reduz...
Afastai-vos de mim,
Deixai-me padecer neste inferno sem fim...
Nada me pergunteis, retirai-vos senhora,
Nada sabeis da mágoa que me agita...
O assunto que lastimo é unicamente meu...
No entanto a
dama calma respondeu:
- Meu filho, sei que choras, sei que lutas,
Sei a dor que causa o remorso que escutas...
Venho apenas falar-te
Que Deus é sempre amor em toda parte...
E acrescentou serena:
- A bondade de Deus jamais condena:
Venho por mãe a ti, buscando um filho amado.
Sofre com paciência a dor e a prova.
Terás em breve, uma existência nova...
Não te sintas sozinho ou desprezado!
- Meu filho, sei que choras, sei que lutas,
Sei a dor que causa o remorso que escutas...
Venho apenas falar-te
Que Deus é sempre amor em toda parte...
E acrescentou serena:
- A bondade de Deus jamais condena:
Venho por mãe a ti, buscando um filho amado.
Sofre com paciência a dor e a prova.
Terás em breve, uma existência nova...
Não te sintas sozinho ou desprezado!
Judas
interrompeu-a e bradou, rude e pasmo:
- Mãe? Não venhais aqui com mentira e sarcasmo.
Depois de me enforcar num galho de figueira,
Para acordar na dor,
Sem mais poder fugir à vida verdadeira.
Fui procurar consolo e força de viver.
Ao pé da pobre mãe que forjara o ser !..
Ela me viu chorando e escutou meus lamentos.
Mas teve medo dos meus sofrimentos.
Expulsou-me a esconjuros,
Chamou-me monstro, por sinal
Disse que eu era
Unicamente o espírito do mal,
Intimidou-me a terrível retrocesso,
Mandando que apressasse o meu regresso
Para a zona infernal de onde eu vinha...
Ah ! Detesto lembrar a horrível mãe que eu tinha...
Não me faleis de mães, não me faleis de amor,
Sou apenas um monstro sofredor...
Inda assim – disse a dama docemente:
- Por mais recuses, não me altero,
Amo-te filho meu, amo-te e quero
Ver-te de novo a vida
Maravilhosamente revestida
De paz e luz, de fé e elevação...
Virás comigo à terra,
Perderás pouco a pouco, o ânimo violento,
Terás o coração
Nas águas de bendito esquecimento.
Numa existência de esperança,
Levar-te-ei comigo
A remansoso abrigo.
Dar-te-ei outra mãe ! Pensa e descansa !...
- Mãe? Não venhais aqui com mentira e sarcasmo.
Depois de me enforcar num galho de figueira,
Para acordar na dor,
Sem mais poder fugir à vida verdadeira.
Fui procurar consolo e força de viver.
Ao pé da pobre mãe que forjara o ser !..
Ela me viu chorando e escutou meus lamentos.
Mas teve medo dos meus sofrimentos.
Expulsou-me a esconjuros,
Chamou-me monstro, por sinal
Disse que eu era
Unicamente o espírito do mal,
Intimidou-me a terrível retrocesso,
Mandando que apressasse o meu regresso
Para a zona infernal de onde eu vinha...
Ah ! Detesto lembrar a horrível mãe que eu tinha...
Não me faleis de mães, não me faleis de amor,
Sou apenas um monstro sofredor...
Inda assim – disse a dama docemente:
- Por mais recuses, não me altero,
Amo-te filho meu, amo-te e quero
Ver-te de novo a vida
Maravilhosamente revestida
De paz e luz, de fé e elevação...
Virás comigo à terra,
Perderás pouco a pouco, o ânimo violento,
Terás o coração
Nas águas de bendito esquecimento.
Numa existência de esperança,
Levar-te-ei comigo
A remansoso abrigo.
Dar-te-ei outra mãe ! Pensa e descansa !...
E Judas
neste instante.
Como quem olvidasse a própria dor gigante,
Ou como quem se desgarra
De pesadelo atroz,
Perguntou: - quem sois vós?
Que me falais assim, sabendo-me traidor?
Sois divina mulher, irradiando amor,
Ou anjo celestial de quem pressinto a luz?
Como quem olvidasse a própria dor gigante,
Ou como quem se desgarra
De pesadelo atroz,
Perguntou: - quem sois vós?
Que me falais assim, sabendo-me traidor?
Sois divina mulher, irradiando amor,
Ou anjo celestial de quem pressinto a luz?
No entanto ela
a fitá-lo frente a frente,
Respondeu simplesmente:
- Meu filho, eu sou a mãe de Jesus!!!
Respondeu simplesmente:
- Meu filho, eu sou a mãe de Jesus!!!
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